30.01.2019

Conheça o conceito Antifrágil e aumente seus rendimentos


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Especialista em finanças orienta investidores a rebalancear estratégias para obter lucros maiores
Especialista em finanças orienta investidores a rebalancear estratégias para obter lucros maiores
Uma pesquisa realizada em 2018 pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) mostrou que o hábito de poupar é inexistente para 40% da população brasileira. A principal alegação é que não sobra dinheiro para investir. Mas, para o professor André Hayashi, ex-corretor de ações/derivativos e ex-sócio de uma gestora de fundos de investimento, a grande maioria dos brasileiros não tem um mínimo de conhecimento necessário sobre Educação Financeira, não faz controle do orçamento familiar e não tem o nível de receitas maior que o nível de gastos.

“Boa parte da população está endividada e uma pequena minoria tem recursos sobrando para investir”, conta Hayashi, que é coordenador do MBA Executivo em Finanças e Mercado de Capitais, na FAE Business School. O professor criou um Módulo de Investimento que inclui métodos aprimorados por ele capazes de fazer com que o aluno entre como leigo e conclua como investidor. “Durante as 40 horas do módulo o aluno constrói essa virada de chave”, conta Hayashi. Isso significa que o módulo é voltado, também, para pessoas de diferentes áreas que desejam aprender ou obter mais conhecimentos sobre como investir.

Afinal, quando o assunto é investimento, mais da metade dos brasileiros não conhece e não utiliza produtos com esse foco. E, quem investe, em geral, aplica em opções ruins, como caderneta de poupança, títulos de capitalização, previdência privada. “Em resumo, por questões históricas, culturais e por falta de Educação Financeira, podemos dizer, em termos bem grosseiros, que, pelo menos 80% da riqueza no Brasil está na mão de, no máximo, 20% da população”, avalia Hayashi, que aponta a cultura de pedir orientação sobre o tema para o gerente do banco como um dos principais erros cometidos por quem decide investir. Isso porque os produtos indicados, na grande maioria das vezes, são os mais lucrativos para os bancos. “É como entregar as galinhas para a própria raposa”, afirma.

Buscar conhecimento
Hoje é possível encontrar muitas informações na própria internet. O site oficial do Tesouro Nacional, por exemplo, oferece todas as informações sobre títulos públicos. Ali a pessoa descobre que é possível iniciar um programa de enriquecimento visando à aposentadoria com valor mínimo de apenas R$ 30,00. Mas, existem também sites de corretoras de valores que estimulam compras e vendas rápidas de ações, em troca de informação "gratuita". “Cada vez que alguém compra ou vende ações, paga corretagem para a corretora, o que não é uma boa atitude, principalmente se a frequência for muito alta. Logo, há uma grande diferença entre informação e conhecimento”, aponta Hayashi. Para ele, o conhecimento só se consolida praticando, fazendo e colocando sua própria pele em risco.
Isso significa que optar pelo caminho mais curto pode sair muito caro e a diferença de resultados pode passar dos R$ 900 mil no longo prazo. Investir em conhecimento de qualidade e Educação Financeira pode parecer mais custoso no início, mas é o que realmente trará antifragilidade para o patrimônio das pessoas e a certeza de que se atingirá a riqueza. Conheça algumas sugestões do professor Hayashi:
  • Investir uma parte do patrimônio em Títulos Tesouro Selic (para ter dinheiro sempre valorizando e disponível);
  • Outra parte em um fundo de ações indexado ao Ibovespa (para obter riqueza de fato em longo prazo e se beneficiar com ganhos expressivos em caso de cisne negro positivo);
  • Uma terceira parte, de no máximo 20% do patrimônio, pode ser aplicada em um fundo cambial (para se proteger em caso de cisne negro negativo);
  • Rebalancear os percentuais investidos em cada uma das partes à medida que ocorrerem desequilíbrios ao longo do tempo. Por exemplo, se um investidor possuía inicialmente 40% do patrimônio aplicado em Títulos Tesouro Selic, 40% em Ibovespa e 20% em fundo cambial, caso o Ibovespa caísse em função de alguma crise, gerando desequilíbrio na composição da carteira e fazendo com que o portfólio passasse a ser composto por 45% em Títulos Tesouro Selic, 30% em Ibovespa e 25% em fundo cambial, seria uma atitude antifrágil resgatar 5% em Tesouro Selic e 5% em fundo cambial, e reinvestir esses resgates em Ibovespa. Assim, além de rebalancear a carteira na proporção inicial 40%, 40% e 20%, o investidor estará investindo na bolsa em queda, o que potencializará e muito os ganhos futuros quando a bolsa voltar a subir. É bom lembrar que se um ativo desvaloriza 50% e chega no fundo do poço, quando ele retornar ao preço inicial, terá valorizado 100% a partir do preço do fundo. Logo, quem investe nas quedas se beneficia do caos. Isso é antifragilidade.
Se o ambiente for de calmaria, ganha-se dinheiro com Tesouro Selic e muito dinheiro com Ibovespa. Caso o ambiente seja de caos, ganha-se dinheiro com Tesouro Selic e muito dinheiro com o fundo cambial, e pode-se realizar lucros no Tesouro Selic e no fundo cambial para investir mais no Ibovespa ainda em queda. “Com essa estrutura, ganha-se dinheiro em qualquer cenário e a pessoa não apenas protegerá de forma global sua carteira contra uma possível queda no Ibovespa, como poderá realizar lucros expressivos quando o Ibovespa estiver em alta, e ainda aproveitar para realizar aquela viagem dos sonhos”, afirma Hayashi.

Conceito Antifrágil
Atualmente, um dos nomes mais falados no mercado de investimentos é Nassim Taleb. Autor do livro Antifragile: Things That Gain From Disorder (em português Antifragilidade: coisas que se beneficiam com o caos), Taleb expõe a capacidade de alguns indivíduos ou empresas de se beneficiarem e crescerem a partir de uma classe de eventos aleatórios, crises e volatilidade.

Uma de suas ideias mais consagradas é a estratégia “Barbell”, que propõe alocar a maior parte dos recursos em investimentos de baixo risco e a parcela restante diversificar em investimentos de alto risco. Ou seja, ser conservador e agressivo ao mesmo tempo. Dessa forma, o investidor evita ativos com risco intermediário em favor da combinação linear de extremos.

“A Teoria do Caos tem ganhado força na área financeira, já que os sistemas clássicos de previsão de mercados e de medição de riscos baseados na curva Normal (ou Gaussiana) têm se mostrado falhos”, conta Hayashi, que abordará a gestão na prática de uma carteira de investimentos antifrágil no MBA Executivo em Finanças e Mercado de Capitais.

Esse conteúdo foi publicado no Carreira e Futuro, do G1 Paraná.


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